O Grêmio se encontra em um momento crucial da temporada, com a equipe a apenas três pontos da zona de rebaixamento e a troca de treinador sendo amplamente especulada. A pressão é grande, e as dificuldades dentro de campo são evidentes. Apesar de ter jogadores talentosos no ataque e boas movimentações ofensivas, a defesa do Grêmio tem sido um ponto de fragilidade, o que coloca em risco a permanência do time na Série A.
O principal problema identificado é a falta de equilíbrio entre os setores. O time sofre com a criação de jogadas e com a proteção da área, especialmente no meio-campo, onde há uma enorme distância entre os jogadores, o que permite aos adversários explorar os espaços deixados. Embora as laterais sejam mais ofensivas, sua sobrecarga na defesa acaba expondo o time e deixando os volantes com funções defensivas comprometidas. Esses volantes, por sua vez, têm características mais ofensivas e não conseguem suprir a necessidade de proteção do setor defensivo.
A grande pergunta que se coloca é: será que um novo técnico conseguiria ajustar esse time? Ou será que os problemas do Grêmio estão ligados à falta de peças específicas no setor defensivo, que poderiam trazer mais equilíbrio ao time?
A Análise da Defesa de Renato e o Que Está Faltando
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, tem se deparado com uma série de dificuldades em ajustar a defesa, um setor que, ao lado da criação, tem sido um dos maiores problemas da equipe. As laterais, que possuem um perfil mais ofensivo, acabam não conseguindo dar o suporte necessário à defesa quando o time sobe ao ataque. Essa característica, que teoricamente deveria ser um ponto forte, tem se mostrado um fardo, já que, sem volantes defensivos de qualidade, o time se vê vulnerável.
Outro aspecto que pesa é a falta de zagueiros com características técnicas que ajudem na saída de bola, algo essencial para um time que deseja ter um controle maior das partidas e melhorar o passe desde o campo de defesa. Com zagueiros mais técnicos, com habilidade de passe e até mesmo com a capacidade de driblar para sair jogando, o Grêmio poderia melhorar a transição de jogo e evitar o desespero de rifar a bola a todo momento.
O problema, no entanto, não é apenas de esquema tático ou de treinamento. Ele está enraizado nas escolhas feitas pela gestão do clube, que não reforçou a defesa com as peças certas. A falta de laterais mais defensivos e zagueiros com capacidade de organizar a saída de bola tem comprometido a construção de jogadas e aumentado a pressão sobre o setor defensivo.
A Questão da Troca de Treinador: Solução ou Mais Problemas?
A especulação sobre uma possível troca de treinador gera ainda mais incertezas sobre o futuro do Grêmio. Será que a solução para os problemas defensivos do time está em um novo técnico? Ou será que, mesmo com uma mudança de comando, o Grêmio continuará a enfrentar as mesmas falhas estruturais, que vão além da tática e envolvem as peças disponíveis no elenco?
Um novo treinador poderia, sim, trazer ajustes táticos, talvez introduzindo um sistema de jogo mais eficiente ou dando maior foco à defesa. No entanto, é importante questionar se, sem as peças adequadas, qualquer técnico seria capaz de transformar substancialmente a defesa do time. A falta de laterais com perfil defensivo mais forte e zagueiros com qualidade de passe é um problema que precisa ser resolvido pela gestão do clube, e não apenas com mudanças na comissão técnica.
A Manipulação da Imprensa Esportiva: Foco nas Críticas Errôneas
A mídia esportiva tem se mostrado inconsistente em suas análises do Grêmio e das escolhas feitas pela gestão. Muitas vezes, as críticas são baseadas em suposições e análises superficiais, sem levar em consideração o contexto completo da equipe e as necessidades específicas do time. A manipulação da imprensa esportiva é clara quando observamos como, inicialmente, a chegada de Luiz Suárez ao Grêmio foi tratada como uma jogada de marketing, com muitos jornalistas duvidando de seu desempenho e dizendo que ele estava “no fim de carreira”, como se sua chegada tivesse sido uma aposta apenas para atrair atenção.
No entanto, o desempenho de Suárez em campo foi muito além do que a mídia previa. Ao longo de 2023, Suárez não apenas se provou em campo, mas ajudou a levar o time a um segundo lugar no Campeonato Brasileiro, deixando claro que sua qualidade técnica e impacto foram fundamentais para o desempenho da equipe. A questão, no entanto, é que muitos jornalistas que antes diziam que “Suárez não jogaria sozinho”, quando as coisas começaram a dar errado em 2024, mudaram completamente o discurso, afirmando que “se não fosse Suárez, o Grêmio não teria chegado à segunda colocação em 2023”, como se o uruguaio fosse o único responsável pelo sucesso da temporada. Essa mudança de discurso evidencia o caráter manipulador e contraditório da imprensa esportiva, que desconsidera o trabalho coletivo da equipe e do técnico Renato, além de ignorar a importância do conjunto para o sucesso.
Essas análises superficiais e a busca por justificar opiniões com base em conveniências momentâneas mostram a falta de conhecimento real sobre o futebol, evidenciando como a mídia pode ser manipuladora e maquiavélica em suas críticas.
O Futuro do Grêmio: Ajustes Cruciais para 2025
O Grêmio tem potencial para ser muito mais do que o time que vemos hoje, mas para que isso aconteça, é essencial que a equipe faça ajustes no seu elenco e em seu sistema de jogo. A contratação de laterais mais defensivos e zagueiros com características de saída de bola poderia oferecer uma estrutura mais sólida, permitindo que o time tenha mais controle durante as partidas e não dependa tanto da defesa a todo momento.
Com essas mudanças, aliados a um sistema de jogo mais equilibrado, o Grêmio poderia atingir um nível de performance mais alto em 2025. Porém, isso depende de um olhar atento da gestão do clube, que precisa corrigir os erros do passado e investir no que realmente falta para o time: solidez defensiva.
Portanto, a troca de treinador, por si só, não será suficiente para resolver os problemas do Grêmio. A equipe precisa de um trabalho mais profundo, que envolva ajustes táticos e, principalmente, contratações que ofereçam a base necessária para a equipe crescer e alcançar seus objetivos. A solução não está apenas nas mudanças externas, mas também na forma como a gestão encara as necessidades do time e as reais deficiências no elenco.
