O Grêmio, atualmente ocupando a 14ª posição no Campeonato Brasileiro de 2024, enfrenta desafios significativos no esquema 4-2-3-1. Apesar de contar com jogadores de qualidade em setores-chave, os números revelam fragilidades estruturais e de execução que comprometem o desempenho da equipe. Vamos entender os problemas, suas possíveis causas e soluções para mudar o panorama.

Os Números que Revelam o Cenário
- Gols marcados por jogo: 1.2 (total de 41 em 35 partidas).
- Gols sofridos por jogo: 1.3 (total de 45).
- Posse de bola média: 46.1%.
- Passes certos no terço final: 71.9%.
- Jogos sem sofrer gols: Apenas 8.
- Cruzamentos certos por partida: 3.1 (21.1%).
Essas estatísticas mostram um desequilíbrio entre ataque e defesa. O time tem dificuldades tanto para criar jogadas perigosas quanto para se defender com eficiência, o que explica a irregularidade nos resultados.
Principais Problemas do 4-2-3-1 do Grêmio
- Saída de bola ineficaz:
- Apesar dos volantes apresentarem bons números de passes (81% de acerto), a posse de bola é limitada a 46.1%, indicando que o time perde muitas disputas e não consegue controlar o jogo.
- A lentidão dos zagueiros compromete a saída de bola sob pressão adversária, resultando em bolas longas (15.4 por jogo, com apenas 48.1% de acerto).
- Espaços no meio e nas laterais:
- Laterais ofensivos, como Reinaldo, contribuem no ataque, mas deixam espaços defensivos, vulnerabilizando a equipe.
- A falta de compactação entre os setores cria buracos no meio-campo, dificultando a recuperação da posse e expondo os zagueiros lentos.
- Criação e finalização insuficientes:
- Embora o time registre 11.7 chutes por jogo, apenas 4.3 vão no gol, e a média de 1.7 grandes chances criadas por partida é baixa.
- A dependência do centroavante eficiente não é suficiente para sustentar o ataque.
- Perda de posse excessiva:
- O time perde a bola 131 vezes por jogo, muitas vezes em zonas perigosas, o que sobrecarrega a defesa.
Erro do Técnico ou Fatores Externos?
Embora o técnico tenha responsabilidade na organização tática, os problemas também envolvem características do elenco:
- Zagueiros lentos: Limita a capacidade de jogar em linha alta, essencial no 4-2-3-1 para manter a compactação.
- Laterais pouco defensivos: Contribuem ofensivamente, mas desequilibram a cobertura defensiva.
- Dependência de jogadores específicos: Franco Cristaldo e Villasanti, embora destaques, não conseguem carregar o meio-campo sozinhos.
Como Corrigir os Problemas
- Ajustar a compactação:
- Reduzir os espaços entre os setores, alinhando os volantes mais próximos da defesa para proteger a saída de bola e limitar os contra-ataques adversários.
- Explorar a velocidade do ataque:
- Potencializar os pontas rápidos com transições mais verticais e menos toques no meio, aproveitando o centroavante bem posicionado para finalizar.
- Fortalecer a marcação nas laterais:
- Utilizar um dos volantes ou os extremos (pontas) para cobrir os avanços dos laterais e evitar espaços desprotegidos.
- Priorizar triangulações no terço final:
- Aumentar o volume de passes curtos no ataque para criar situações de superioridade numérica, otimizando as finalizações dentro da área.
- Gerenciar a posse de bola:
- Trabalhar a equipe para manter mais a bola em zonas seguras, reduzindo as perdas excessivas.
Perspectivas para o Futuro
O Grêmio tem potencial para melhorar seu desempenho, mas ajustes táticos e estratégicos são fundamentais. O time precisa alinhar suas características de elenco ao modelo de jogo desejado, apostando em um equilíbrio maior entre ataque e defesa.
Se o técnico conseguir implementar essas mudanças e o time corrigir suas fragilidades, ainda há tempo para evitar maiores complicações na tabela e buscar uma posição mais digna na reta final do campeonato.