A Classificação para a Copa 2026 foi garantida pelo Brasil com uma vitória de 1×0 sobre o Paraguai, em noite histórica na Neo Química Arena.
Na noite de 10 de junho de 2025, a Neo Química Arena, em São Paulo, foi palco de um momento histórico para o futebol brasileiro. A Seleção Brasileira, sob o comando de Carlo Ancelotti, venceu o Paraguai por 1 a 0, com gol de Vinícius Júnior, garantindo a classificação antecipada para a Copa do Mundo de 2026. Além disso, a torcida celebrou o aniversário de 66 anos do técnico italiano com um mosaico vibrante, marcando sua estreia em casa com uma recepção calorosa. Nesta análise detalhada, exploramos o desempenho, as estratégias táticas, as estatísticas do jogo e o impacto da vitória, sob a perspectiva de um analista de desempenho renomado.
O Contexto: Estreia de Ancelotti e Expectativa da Torcida Brasileira
A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira trouxe um novo sopro de esperança ao futebol nacional. Após um empate sem gols contra o Equador na estreia do técnico, em Guayaquil, a expectativa para o jogo contra o Paraguai era alta. A Neo Química Arena, lotada com 45.500 torcedores, criou um ambiente eletrizante, com um mosaico em homenagem ao aniversário de Ancelotti, apelidado carinhosamente de “Carletto”. A torcida, que já demonstrava carinho pelo treinador em sua passagem pelo Rio de Janeiro, transformou o estádio em um caldeirão de apoio à Canarinho.
A vitória era crucial não apenas para consolidar a adaptação de Ancelotti ao Brasil, mas também para garantir a vaga na Copa do Mundo de 2026. Com 22 pontos antes do jogo, o Brasil ocupava a quarta posição nas Eliminatórias da CONMEBOL, enquanto o Paraguai, embalado por uma sequência invicta de nove jogos, estava em terceiro com 24 pontos. O confronto direto prometia ser um teste de fogo para ambas as equipes.
Estratégia Tática: O 4-2-3-1 Dinâmico de Ancelotti
Ancelotti escalou o Brasil em um 4-2-3-1, buscando equilíbrio entre solidez defensiva e fluidez ofensiva. A escalação inicial contou com Alisson no gol; Vanderson, Marquinhos (capitão), Alexsandro Ribeiro e Alex Sandro na defesa; Casemiro e Bruno Guimarães na dupla de volantes; Raphinha, Matheus Cunha e Gabriel Martinelli na linha de três meias ofensivos; e Vinícius Júnior como referência no ataque. A escolha por jogadores rápidos e habilidosos no setor ofensivo – com a volta de Raphinha após suspensão e a entrada de Matheus Cunha – sinalizou a intenção de Ancelotti de explorar as transições rápidas e pressionar a defesa adversária.
Por outro lado, o Paraguai, treinado por Gustavo Alfaro, também adotou um 4-2-3-1, com Roberto “Gatito” Fernández no gol; Juan Cáceres, Gustavo Gómez (capitão), Omar Alderete e Junior Alonso na defesa; Andrés Cubas e Mathías Villasanti na contenção; Diego Gómez, Julio Enciso e Miguel Almirón no meio; e Antonio Sanabria como centroavante. A estratégia paraguaia priorizava a compactação defensiva e saídas rápidas, explorando a velocidade de Enciso e Almirón.
Primeiro Tempo: Domínio Brasileiro e Gol Decisivo
Desde o apito inicial, o Brasil impôs seu ritmo, dominando a posse de bola com 73% contra 27% do Paraguai. A equipe brasileira concentrou suas ações no terço final, com 71 entradas no último terço do campo e 32 toques na área adversária. A pressão alta, liderada por Matheus Cunha, foi fundamental para desestabilizar a defesa paraguaia, enquanto Raphinha e Martinelli abriam o campo pelas pontas.
O gol da vitória veio aos 44 minutos do primeiro tempo. Matheus Cunha, com intensidade na marcação, pressionou os defensores paraguaios e recuperou a bola no campo de ataque. Vanderson, atento, avançou pela lateral direita, recebeu a bola e progrediu até a linha de fundo. Com precisão, o lateral cruzou rasteiro para o meio da área, onde Vinícius Júnior se jogou com os pés na bola, empurrando-a para o fundo das redes de Gatito Fernández. O gol, um reflexo da agressividade tática do Brasil, levantou a Neo Química Arena e marcou o primeiro tento da era Ancelotti.
Apesar do domínio, o Brasil pecou em finalizar grandes chances, com apenas 4 das 11 finalizações indo ao gol. O Paraguai, por sua vez, teve apenas 5 finalizações, com uma no alvo, evidenciando a solidez defensiva brasileira, liderada por Marquinhos e Casemiro.
Segundo Tempo: Gestão do Resultado e Solidez Defensiva
Na segunda etapa, o Paraguai tentou reagir, mas esbarrou na forte recomposição defensiva do Brasil. Ancelotti promoveu mudanças para manter o controle do jogo: Danilo entrou no lugar de Vanderson, Lucas Beraldo substituiu Alex Sandro, e Richarlison e Gerson entreram no lugar de Vinícius Júnior e Matheus Cunha, respectivamente. Essas alterações mantiveram a estrutura tática, com ênfase na proteção do resultado.
O Brasil continuou dominando as estatísticas, com 15 desarmes, 6 interceptações e 51 recuperações de bola, contra 26 desarmes, 3 interceptações e 43 recuperações do Paraguai. Alisson, seguro no gol, fez apenas uma defesa, enquanto Gatito Fernández realizou três, incluindo uma grande defesa em chute de Raphinha. A defesa paraguaia, com 46 clearances, tentou resistir, mas não conseguiu criar chances claras para empatar.
Estatísticas e Destaques Individuais
As estatísticas do jogo refletem o domínio brasileiro. Além da posse de bola esmagadora (73%), o Brasil teve 11 escanteios contra 3 do Paraguai, 495 passes certos (85% de precisão) contra 130 (60%), e venceu 50% dos duelos no chão e 48% dos duelos aéreos. A maior concentração de jogo foi no terço final, com Vinícius Júnior, Raphinha e Martinelli explorando as laterais, enquanto Bruno Guimarães, eleito o melhor em campo, foi o maestro do meio-campo, com 89 minutos de atuação impecável, incluindo alta taxa de passes certos e liderança na recuperação de bola.
Matheus Cunha também se destacou, com sua pressão alta sendo decisiva para o gol, além de sua movimentação constante. Vanderson, com o cruzamento preciso, mostrou segurança na lateral. No lado paraguaio, Juan Cáceres e Diego Gómez foram os mais combativos, mas não conseguiram superar a pressão brasileira. O Paraguai cometeu um erro que levou ao gol de Vini Jr., evidenciando falhas na transição defensiva.
Análise Tática: O que Funcionou e o que Pode Melhorar
O Brasil de Ancelotti mostrou evolução em relação ao empate contra o Equador. A pressão alta, liderada por Matheus Cunha, Vini Jr e a mobilidade dos pontas, com Raphinha e Martinelli, desestruturaram a defesa paraguaia. A escolha por um meio-campo robusto, com Casemiro e Bruno Guimarães, garantiu equilíbrio, enquanto o 4-2-3-1 permitiu transições rápidas. No entanto, a finalização ainda precisa de ajustes: das 11 finalizações, apenas 4 foram no gol, e uma grande chance foi perdida.
Defensivamente, o Brasil foi quase perfeito, com Alisson pouco exigido e a linha defensiva bem posicionada. A recomposição rápida e os 15 desarmes mostram um time comprometido, mas a equipe ainda precisa de mais entrosamento para explorar melhor as grandes chances criadas. Para o futuro, Ancelotti pode considerar variações táticas, como a entrada de jogadores como Andreas Pereira ou Andrey Santos, para dar mais criatividade ao meio-campo.
Impacto da Vitória e o Carinho da Torcida
A vitória por 1 a 0 não apenas garantiu a classificação para a Copa do Mundo de 2026, mas também consolidou a adaptação de Ancelotti ao Brasil. A torcida, que lotou a Neo Química Arena, demonstrou seu apoio com um mosaico em homenagem ao treinador, que completava 66 anos. A recepção calorosa, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, mostra que o italiano já conquistou o coração dos brasileiros.
A classificação antecipada, confirmada com a derrota da Venezuela para o Uruguai na mesma rodada, coloca o Brasil em uma posição confortável para as duas rodadas finais das Eliminatórias. Com 25 pontos, a Seleção agora pode focar em ajustes táticos e testes para o Mundial, enquanto Ancelotti solidifica sua filosofia de jogo.
Conclusão: Um Novo Capítulo para a Seleção Brasileira
A vitória contra o Paraguai marcou o início de uma nova era para a Seleção Brasileira. Sob o comando de Carlo Ancelotti, o time mostrou organização, intensidade e potencial para crescer. Vinícius Júnior, com seu gol decisivo, Matheus Cunha, com sua pressão incansável, e Bruno Guimarães, com sua liderança em campo, foram os pilares de um triunfo que reacendeu a esperança da torcida. A Neo Química Arena, com seu ambiente vibrante, foi o cenário perfeito para essa conquista.
À medida que o Brasil se prepara para a Copa do Mundo de 2026, a adaptação de Ancelotti e a resposta dos jogadores em campo sugerem que a Canarinho está no caminho certo. Com ajustes na finalização e maior entrosamento, a Seleção pode voltar a sonhar com o hexa. Parabéns, Carletto, e que venha o Mundial!