Eleições no Grêmio: Marcelo Marques surge como pré-candidato e levanta debates intensos sobre alianças, interesses e o futuro do clube.
Grêmio 2025: o clube vive um momento decisivo fora de campo
As eleições no Grêmio se aproximam e, com elas, surgem nomes e discursos que prometem transformar o clube. No entanto, nem todas as propostas carregam a autenticidade e o compromisso com o futebol que a torcida espera. Um dos pré-candidatos que recentemente chamou a atenção é Marcelo Marques, empresário do ramo de panificação e dono da Marquespan — empresa que, curiosamente, já patrocinou tanto o Grêmio quanto o arquirrival Internacional. A candidatura, por si só, levanta questionamentos profundos sobre coerência, identidade e interesses por trás das promessas.
Patrocinar o rival e querer presidir o Grêmio: há algo de contraditório nisso
Para um clube que vive de paixão, identidade e rivalidade histórica, é natural que um patrocinador do maior rival se torne um nome controverso quando decide disputar a presidência. O gesto de apoiar os dois lados da rivalidade, mesmo que por questões comerciais, compromete a percepção de fidelidade e pertencimento. Afinal, como um empresário que dividiu apoio entre Grêmio e Inter pode querer liderar o clube tricolor como se isso fosse algo natural?
O discurso populista e a promessa mágica da compra da Arena
Marcelo Marques se apresenta como o candidato das soluções. Promete sentar com os responsáveis pela Arena e “tentar” comprar o estádio. — Marcelo Marques, em entrevista ao canal de YouTube de Duda Garbi. Mas o torcedor, cansado de promessas vazias, já viu esse filme. Frases como “Não prometo que vou comprar, mas vou tentar” soam mais como marketing político do que plano de gestão real.
Pior ainda é o tom de mágica: como se fosse possível resolver uma das questões mais complexas do clube — a posse da Arena — apenas com boa vontade. Essa abordagem lembra discursos eleitoreiros já vistos no cenário nacional, onde se promete “picanha e cerveja” para angariar votos. O Grêmio merece mais do que isso.
O ataque velado aos técnicos e o apoio aos jornalistas sem embasamento
Outro ponto alarmante é o patrocínio maciço da Marquespan a canais jornalísticos locais que, sob a bandeira de “voz da torcida”, propagam conteúdos sem critério técnico. Muitos desses canais têm se dedicado a perseguir treinadores, jogadores e dirigentes, alimentando uma cultura tóxica e destrutiva que prejudica o ambiente do futebol.
Caso Marcelo Marques vença as eleições, como ficará a independência editorial desses canais? Haverá críticas quando os erros surgirem? Ou a blindagem estará comprada? É um cenário que fragiliza a democracia do clube e a honestidade da cobertura esportiva local.
Dizer que a SAF é o fim do gremismo é um erro grosseiro
Marcelo Marques declarou que “a SAF é o fim do gremismo”. A fala, no mínimo, demonstra falta de conhecimento sobre os diferentes modelos de gestão no futebol moderno. Clubes como Botafogo, Bragantino e Vasco têm adotado a estrutura de Sociedade Anônima do Futebol e, longe de perderem identidade, estão buscando justamente resgatar sua competitividade.
O que falta é debate sério, técnico e sem dogmas. Existem diversos formatos de SAF que preservam a alma do clube enquanto organizam a gestão e otimizam os investimentos. Rejeitar a ideia por puro preconceito ou por discurso político é ignorar o que o futebol global já entendeu.
Callefi, Darlei e Maicon: futebol no sangue, não na vitrine
Na contramão do marketing, surge uma chapa com vivência real no futebol: Callefi, Darlei e Maicon. Dois ídolos eternos do Grêmio, líderes dentro e fora de campo, com bagagem suficiente para entender as demandas de um vestiário, a pressão da arquibancada e os bastidores do clube.
Esses nomes não surgem de patrocínios duvidosos ou de campanhas digitais financiadas. Eles vêm de conquistas, suor, entrega e amor ao clube. Em tempos de decisões cruciais, essa é a chapa que respira Grêmio de verdade.
O futuro do Grêmio não pode ser decidido por narrativas embaladas em pão quente
Em tempos de crise e reconstrução, o Grêmio não pode errar mais. A eleição de um presidente que financia narrativas duvidosas, despreza a evolução do futebol moderno e romantiza soluções mágicas é um risco grande demais para se correr.
Marcelo Marques pode até ter boas intenções, mas suas alianças e discursos dão sinais de uma prática que remete à velha política, com foco em marketing em vez de propostas concretas para o futebol.
O Grêmio precisa de líderes que conhecem o clube por dentro, que já defenderam a camisa com suor e que saibam que futebol se faz com trabalho, planejamento e coragem para inovar. Neste momento, mais do que nunca, o tricolor precisa pensar com o coração e votar com a razão. -Para mim, o duvidoso nunca foi opção. E para você, torcedor gremista?